segunda-feira, 8 de junho de 2009

Surreal

Eu não sei mais o que pensar de mim, das pessoas, do mundo.

Acabei de assistir Tiros em Columbine e chorei, chorei e chorei... Não sei por que. Não sei…

Nesses dias um dos temas de noticiário é a invasão da faixa de Gaza pelos israelenses. Também choro e choro quando escuto que 500, 600, 700 palestinos morreram em vendeta ao “terror” palestino – os mísseis caseiros que mataram quatro desavisados judeus, afinal, esses mísseis não tem vetor, nem poder suficiente para se equiparar às bombas inteligentes com inspiração norte-americana.

Deus me explique por que. Por que eu não entendo.

No sábado, fui atender um preso, cliente do meu colega de escritório. Deus, eu falei com ele, por um buraco na porta de aço, pela tranca, pela grade.

As pichações estavam lá, o HIV também, os olhos vermelhos, a cara negra (afro descendente), a tristeza, o medo, a sujeira, o fedor.

Esse “mais um”, esse preto, pobre, drogado e aidético, foi preso com 40 gramas de cocaína e algumas pedras de crack. Definitivamente, a culpa é dele. Ele vai morrer, ele sabe disso, mas quer morrer entorpecido.

A CULPA É DELE?

Notícia de agora: os israelenses acertaram uma escola da ONU e mataram quarenta civis.

600 palestinos mortos e do outro lado10 judeus, e tudo isso “porque os israelenses cuidam de suas crianças e os palestinos não”. Palavras de Shimom Perez, o primeiro ministro de Israel. Juro.

Será que existe justificativa para Columbine, para Gaza, para o Fulano que quer morrer drogado?

Eu não sei. Eu não sei.

É a época da dúvida, insegurança, baixa estima, tristeza, depressão…

Quem pode, não fala nada, não faz nada.

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